No SESC Cineclube Silenzio
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* Informações Técnicas
Título no Brasil: Sonhos de um Sedutor
Título Original: Play it Again, Sam!
Direção: Herbert Ross
País de Origem: EUA
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 81 minutos
Ano de Lançamento: 1972
* Elenco
Woody Allen .... Allan Felix
Diane Keaton .... Linda Christie
Tony Roberts .... Dick Christie
Jerry Lacy .... Humphrey Bogart
Susan Anspach .... Nancy Felix
Jennifer Salt .... Sharon
Joy Bang .... Julie
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Toque novamente, Sam
Vander Colombo
Os efeitos da cultura popular nos americanos são devastadores, nos EUA, o cinema é o maior formador de opinião disparado, e chegou a exportar para diversos países (incluindo o Brasil que foi um alvo muito bem-sucedido) a maneira de falar, vestir e agir no que deveria ser o famoso American Way of Life, que já está hoje mais para Occidental Way of Life, diga-se de passagem. O cigarro fumado pelo cowboy, a coca-cola bebida pelo mocinho, o bourbon do detetive, enfim, o cinema hollywoodiano principalmente da Era Reagan em diante tornou-se o maior centro de merchandising do globo, porém a força de suas personagens já não é mais a mesma que era antes dessa fase, talvez porque a criação de ídolos hoje tenha ficado tão rápida que se torna descartável para os fãs dando lugar ao produto a ser vendido.
Motivos como esse, justificam o fato que a recente morte do ator Heather Ledger, jamais terá a comoção que teve, por exemplo, a morte de James Dean. Nos dias de hoje, Hollywood, tenta por fim revitalizar seus primeiros ícones descartáveis: Rambo, Indiana Jones, Rocky entre outros que com certeza ainda virão, como Garotos Perdidos e Tron. Porém nenhum desses saiu da esfera estritamente nostálgica daqueles que o consumiram em sua infância, tanto que Rambo hoje está apenas engraçado de um jeito triste, Rocky, decrépito e Indiana Jones já parece mais velho que seu pai, ou seja, já não convencendo como ícones, operando apenas como um back to the 80’s.
Pelo contrário, Elvis, Marilyn Monroe, Brigitte Bardot, Clark Gable James Stewart, Grace Kelly, John Wayne, além do próprio James Dean e Humphrey Bogart, tornaram-se ícones independentes de suas personagens, a tal ponto que na imaginação do fã, um e outro tornam-se o mesmo.
O próprio Humphrey Bogart foi o símbolo de uma geração: apesar de feio, magrelo, calvo e fumante inveterado, tornou-se um dos maiores sex-symbols do cinema, (segundo o próprio, por conta de sua personalidade, coisa quase impossível de se imaginar acontecer por esses tempos). Bogart juntamente com Marlon Brando tornaram-se os ícones do “macho-rebelde-mas-com-estilo”, daqueles que conquistavam suas amantes com um olhar ou com um tabefe (sem violência, é claro), e que sabiam ser doces, porém conservavam a masculinidade dos homens fortes dos quais segundo Luís Fernando Veríssimo, Clint Eastwood é o último exemplar.
No filme Casablanca, que por si só já um ícone do cinema, Bogart interpretou talvez seu papel mais marcante: Rick Blaine, o dono do bar Rick’s em Casablanca que era o ponto de fuga da Europa
O filme se fixou tanto na cultura popular que até os dias de hoje a música As Time Goes By já gravada por dezenas de intérpretes remete logo ao filme e a imagem de Dooley Wilson a executando. Além é claro da frase “Play it Again, Sam” que tomou vida própria na massa e se transformou em jargão nostálgico. Digo que tomou vida própria, porque a frase em momento algum é dita no filme.... Coisas de ícones.
Mas o assunto de hoje não é Casablanca, mas a expansão destes ícones. O que nos leva, agora sim, ao filme discutido.
30 anos depois do lançamento de Casablanca, Woody Allen havia escrito uma peça teatral chamada justamente: Play it Again, Sam, que ele mesmo reescreveu para o cinema e entregou para o amigo Herbert Ross dirigir. No Brasil chamaria-se Sonhos de um Sedutor.
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