22.7.07

Cannibal Holocaust (Ruggero Deodato) 1980

O famigerado Cannibal Holocaust é o próximo filme exibido pelo SESC Cineclube Silenzio. Dia 28/07 às 19:30hrs. ENTRADA GRÁTIS

Desaconselhável para menores de 18 anos.


Há uns quatro anos atrás, você, assim como eu, foi assistir a um filme de terror “no-budget” que estava estourando nas bilheterias do mundo inteiro e se tornou uma febre mesmo, já que sumiu com a mesma velocidade que surgiu. Você, assim como eu, achou muito bem bolada a trama do filme, aquela dos três jovens estudantes de Cinema que se perdem numa floresta e alguns meses depois, são encontradas as câmeras que eles usaram para gravar os últimos dias de suas vidas. E você, assim como eu, achou mais bem bolado ainda o golpe de marketing dos cineastas, que venderam o filme na Internet como um fato real. E você, que quer ser diretor e roteirista, assim como eu, ficou frustrado por não ter tido essa mesma idéia antes.

E quem disse que isso é um problema, já que existe uma ferramenta chamada “plágio”, que vira e mexe aparece sendo usada por aí; aliás, “A Bruxa de Blair” é um plágio, plágio desse “Canibal Holocausto” que começo (realmente) a escrever agora.

Sessão Maldita no CineSesc, são meia-noite. Eu e o Bruno (aqui do Plano a Plano) já tínhamos assistido a “Santa Sangre” (Alejandro Jodorowsky) e estávamos esperando o início de “Canibal Holocausto”, quando o curador da mostra, Carlos Reichenbach (um sujeito que eu nunca imaginei que pudesse ser tão engraçado), fez a seguinte advertência: se alguém tivesse estômago fraco ou fosse membro da Sociedade Protetora dos Animais, que, por favor, saísse da sala antes da exibição. E eu, aqui, estou de prova: ele tinha razão.

Assassinatos, mutilações humanas (a última faz o mais macho dos machos gemer de aflição), estupros, atentados violentíssimos ao pudor, matança de animais... parece que estou escrevendo sobre a guerra em Serra Leoa.

Tudo isso faz parte do material recuperado de cinco documentaristas que sumiram na Floresta Amazônica enquanto filmavam as tribos canibais que ali viviam. Parênteses: nosso Ministério do Turismo agradece a Ruggero Deodato, o cineasta do filme (e tinha gente reclamando dos Simpsons). E agora, as curiosidades: os efeitos especiais são tão realistas que o diretor teve de provar em juízo que toda a carnificina era falsa; o diretor apresentou os atores em um programa de televisão para provar que eles não haviam sido mesmo devorados; vários animais foram realmente mortos durante as filmagens, sendo que a seqüência da tartaruga é a mais impressionante (fonte: Internet Movie Database).

É um filme de difícil classificação, já que “bom” ou “ruim” são termos que não consigo empregar nesse caso. Mas, acho que é um filme extremamente curioso e obrigatório para cinéfilos e estudantes de Cinema.

O grande empecilho de “Canibal Holocausto” é seu o difícil acesso. Assistimos a uma versão estrangeira em DVD, da videoteca do Carlos Reichenbach, e até onde sei, o filme nunca foi distribuído no mercado de vídeo brasileiro e acho difícil que ele venha a ser exibido por um canal de televisão (aberto ou fechado).


CURIOSIDADES
- Os efeitos especiais no filme eram tão realistas que o diretor Ruggero Deodato teve que provar que era maquiagem e sangue falsos.
- Os animais no filme eram reais, o que resultou o filme ser proibido em seu vários países.
- Esse filme é um dos dez mais violentos e grosseiros de todos os tempos no Japão.
- O filme causou alguns escândalos na Itália naquele tempo e teve problemas com a censura. Havia um boato que os atores realmente morreram, assim o diretor Ruggero Deodato teve que mostrar os atores com ele no set de uma mostra Italiana na tevê a fim de provar que não tinham sido comidos vivos.
- Deodato se inspirou para fazer o filme após ter visto seu filho assistir um violento noticiário na tevê, e pensou sobre como os jornalistas focalizam a violência.



Contém cenas de:

Violência Extrema;

Crueldade;

Canibalismo;

Nudez;

Sexo (estupro);

Tortura;

Morte real de animais;

5 comentários:

Anônimo disse...

Estranhamente, devido ao histórico de rejeição de Saló e Audition, Cannibal Holocaust foi um sucesso, lotou a sala, e muito poucos sairam durante a projeção e destes, muitos até ficaram para o debate.

Em si, creio que a curiosidade em torno da lenda do filme ajudou nesta questão.
Não houve risos fora de hora (o que talvez esteja mostrando uma maior maturidade da platéia, que é a intenção deste projeto), nem susto ou asco perdido.
Ou seja, as pessoas assistiram ao que esperavam e ponto final.

A participação da platéia também foi de grande importância, o que, nós organizadores esperamos que comece a ter uma frequencia cada vez maior.

Anônimo disse...

O que me chamou mais atenção após o filme e inclusive pelo fato de um dia após o mesmo haver uma oficina de documentário no "celebrado" FICA, em que novamente realizou-se tais questionamentos; foi a questão ética presente (ou não) nas relações interpressoais, intersociais, interculturais, intereconômicas/ inter(...); visto que grande parte dos problemas ocasionados durante a permanência dos documentaristas na aldeia de Cannibal Holocaust foram decorrentes da incapacidade de relacionamento entre o EU x OUTRO, metabolizados pelo desrespeito à vivência real dos "selvagens" em nome do resultado final do filme daqueles.

Muitos documentaristas (claro que não na mesma proporção, espero!) acabam por exercer uma espécie de superioridade, legitimada pela posse da câmera, manipulando seus "objetos" em nome de um determinado self que aquele deseja que estes possuam. assim, até mesmo os "objetos" tem consciência disso, pois há a clara mudança de comportamento, tendo em vista um ou outro distribuição.

Em outras palavras, tomando como exemplo o testemundo de uma antropóloga, o tal "objeto" em presença de uma câmera acaba perguntando se a entrevista é para a Globo ou para a academia, pois na primeira há uma discussão sobre um tema (violência, política, etc.,) em que necessariamente se faz uma denúncia, e no segundo quando se fala da "comunidade".

Enfim, como em qualquer pesquisa, é necessário qye haja um cuidado metodológico e principalmente um desprendimento de ideologias para que o documentário possua e mantenha portanto sua característica nominal: documento / registro, sem a super exposição daqueles que estão sendo documentados.

"É preciso ter uma mente muito fora do comum para analisar o óbvio".
(Alfred North Whitehead)

Anônimo disse...

RESSALVA

Havia sim uma etnia canibal quando da "descoberta" do Brasil.
Os Tupinambá, comunidade indígena ainda existente nos dias de hoje (não mais canibais) que praticavam o ato de forma ritualística quando capturavam inimigos.

Anônimo disse...

Cannibal Holocaust pode até ser um filme respeitado e até ser 'preservado' quando se fala em trash...

Mas para mim não passa de um tremendo trailer-gore!

É isso.

BRAZILIAN BEAR disse...

Assisti o filme e fiquei impressionado com a crueldade aos animais, bem como, em muitas outras cenas.

Caso queiram fazer o download deste filme, poderão fazer nestes links, não tenho a legenda.

Imagem 10
áudio 10

MEGAUPLOAD
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FILESERVE
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Um grande abraço,

Gordinho Curitibano