30.11.07

CICLO #2 - FEDERICO FELLINI

Do DIA 10 a 14 de DEZEMBRO
(Segunda a Sexta) às 20h
No SESC Cineclube Silenzio
ENTRADA GRÁTIS
Dia 10/12
I CLOWNS (Re-exibição Especial)
(I Clowns, 1971, 92min, Cor)

“I Clowns” é uma mistura de ficção e documentário no qual o próprio Fellini se coloca como uma personagem, que ao relembrar de sua relação com o circo ainda na infância decide investigar mais a fundo o que aconteceu e como nasceu a imagem com Clown Blanco e do Augusto do Commedia Dell`Arte do século XV. Sua discussão sobre o que seria arte e o que seria entretenimento no mundo dessas figuras ora adoradas ora odiadas desenvolve-se a partir de uma pesquisa ampla viajando por toda a Europa e também por entrevistas, feitas pelo próprio Fellini aos maiores nomes do gênero.


Dia 11/12
A ESTRADA DA VIDA
(La Strada, 1954, 108min P&B)

A Estrada da Vida, é, sem exageros, uma das obras-primas inesquecíveis do mestre Federico Fellini e um dos mais belos filmes da história do cinema. Giulietta Masina vive a ingênua Gelsomina, vendida por sua miserável mãe para o brutamontes Zampanò (Anthony Quinn em interpretação magistral), um artista que se apresenta arrebentando correntes. Gelsomina passa a ajudar Zampanò em suas exibições. A estrada da vida que percorrem guarda belas e trágicas surpresas para a dupla.


Dia 12/12
FELLINI 8½
(Otto e mezzo, 1963, 140min. P&B)

Fellini oito e meio (1963) é um dos marcos diferenciais na carreira do grande cineasta italiano; se em A doce vida (1960) o realizador articulava palavras e símbolos num estilo exasperado mas realista, em Oito e meio tudo é fantástico, imaginoso, desde a forma como se aglomeram as seqüências (um barroco documentário da memória) até o conteúdo interno das imagens, uma intensa mistura de faces curiosas, interessantes, uma fauna que encontraria seu ponto talvez mais desequilibrado no filme seguinte de Fellini, o alucinado Julieta dos espíritos. A doce vida é um arrojo de roteiro e linguagem; Oito e meio é uma ousadia formal, um ponto em que Fellini começou a libertar-se do envolvimento dramático mais tradicional, construindo obras libertinas em sua estrutura até chegar ao vão documental e sóbrio de Amarcord (1973).
Diferentemente de Amarcord, outra escavação da memória do mais autobiográfico diretor de cinema, Oito e meio apela inteiramente para a fantasia, não se preocupando com juntar o real ao mágico sem mutilar o filme (algo que ocorreria em Amarcord). Oito e meio é magia pura, um exercício de arte onde novamente encontramos as obsessões de Federico Fellini e novamente topamos com sua surpreendente capacidade de renovação.
Realização extremamente coletiva, como costumam ser os trabalhos do cineasta a partir dos anos 60, Oito e meio faz desfilar diante das câmaras inquietas de Fellini uma série de personagens estranhas e situações insólitas que acabam por transformar o protagonista Guido Anselmi e seus dilemas pessoais num débil ponto de união entre os fragmentos da história. Assim voltaria a ocorrer em Julieta dos espíritos com a burguesa Julieta, em Amarcord com o moço Titã, em Casanova de Fellini com o amante insuperável; e tal não ocorreria bem assim com o jornalista Marcelo em A doce vida, pois a sociedade aí seria um “anagrama” explicativo dos conflitos psicológicos da personagem.
Basicamente, Federico Fellini conta em Oito e meio a história do cineasta Guido Anselmi, inquieto diante da perspectiva dum novo filme sem assunto e atravessando uma profunda crise de saúde que o leva a um sanatório onde o realizador investiga longamente com os recursos de sua poesia cinematográfica a fauna humana que o diverte e intriga. Segundo o romancista brasileiro Ignácio de Loyola Brandão, Oito e meio é seu filme, aquele universo cinematográfico em que ele gostaria de ter nascido, crescido, vivido, dali nunca ter saído. A obra-prima de Fellini merece tais alturas, pois trata-se de um dos mais inovadores filmes da história do cinema.


Dia 13/12
SATYRICON
(Satyricon, 1969, 132min. Cor)

Esta é a livre adaptação de Fellini da famosa peça de Petronius, que faz uma crônica da vida na Roma antiga. Encolpio (Martin Potter) e seu amigo Ascilto (Hiram Keller) disputam o afeto do jovem Gitone (Max Born). Quando Encolpio é rejeitado, ele começa uma jornada na qual encontra todos os tipos de pessoas e de acontecimentos, entre eles uma orgia e um desfile de prostitutas na Roma antiga. Durante a orgia, organizada por Trimalchio (Mario Romagnoli), encontra um ex-escravo que menosprezou a mulher em troca dos prazeres oferecidos por um jovem garoto. O filme é estruturado em uma narrativa truncada e é uma reflexão sobre a sexualidade masculina e suas variações. Cada trecho do filme trata de uma delas, como o homossexualismo, e outras questões delicadas que envolvem o sexo. Apesar de ser baseado na sociedade da Roma antiga, Satyricon reflete também um momento de caos pelo qual a sociedade da década de 60 vivia.


Dia 14/12
E LA NAVE VA
(E La Nave Va, 1983, 132min. Cor)

Junho de 1914. Glória N, um luxuoso navio, deixa a Itália, levando as cinzas de uma célebre cantora lírica para sua terra natal, a ilha de Erimo. Cantores, músicos, amigos, nobres e um jornalista acompanham o funeral. A normalidade dos primeiros dias de viagem é interrompida quando o capitão socorre refugiados da recém-iniciada Primeira Guerra Mundial. Considerado pela crítica mundial como a última obra-prima de Fellini, E La Nave Va é uma fascinante homenagem à Ópera, repleta de momentos sublimes e personagens exóticos. Embarque nesta fantástica viagem felliniana.


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