27.8.09

29/08 - O Raio Verde (Eric Rohmer)

Neste Sábado dia 29/08 às 19:30hrs
no SESC Cineclube Silenzio
ENTRADA GRATUITA



Marie Rivière (também roteirista do filme) é Delphine, uma secretária que mora em Paris. Duas semanas antes de tirar férias, a companhia de viagem onde ela trabalha fecha. Sem ter o que fazer e sem muitos amigos, ela tenta uma série de passeios insólitos para tentar passar o tempo, mas o destino final sempre acaba sendo a capital francesa. Leão de Ouro de Melhor Filme no Festival de Veneza de 1986.
Gênero Arte
Atores Marie Rivière, Amira Chemakhi, Rosette, Béatrice Romand, Sylvia Richez, Lisa Heredia, Vincent Gauthier, Basile Gervaise, Virginie Gervaise, Rene Hernandez, Dominique Riviere,
Direção Eric Rohmer,
Idioma Francês,
Legendas Português
Ano de produção 1986
País de produção França,
Duração 95 min.

Delphine é uma personagem à espera. De férias, viaja para o campo com algumas amigas, fica na cidade, vai para uma estância balneária e conhece uma estrangeira de quem tenta ser amiga, mas nada a satisfaz, ou melhor, se decepciona com tudo, parece esperar por algo que não acontece, ou por um amante que nunca vem.

O Raio Verde seria um filme sobre a espera? Sim, mas não somente. A trajetória de Delphine não é feita só em torno da espera, mas de seus desajuste às situações em que se compromete. Ela é a personagem mais desajustada de Rohmer parece estar sempre fora de eixo, sensível demais, não tem boa convivência com as pessoas e não consegue integrar suas experiências de modo positivo. Ela tem receio sobre o que as pessoas pensam dela.

Lá pelas tantas, ela ouve um grupo de idosos falar do Raio Verde, de Julio Verne, cuja história fala do raio verde que apareceria ao fim da tarde, no por do sol de céu limpo em uma fração de segundo. A visão desse raio revelaria à pessoa que visse seus pensamentos mais íntimos, assim como o das pessoas à sua volta..

Se os filmes de de Rohmer, em especial os episódicos, supõem um movimento (o drama) que parte de um lugar para necessariamente chegar a outro, O Raio Verde seria um filme portanto sobre a espera de um sentido que dará direção, um destino à personagem.

Mas, como na maior parte da obra de Rohmer, tudo existe em proporções pequenas. Delphine não é uma personagem à deriva, em busca de um sentido existencial e um destino mais nobre, ele só quer encontrar alguém que olhe para ela sem juízos, pelo menos que não a faça se sentir tão deslocada.

É um belo filme, porque, diferentemente de outros trabalhos do autor nas suas séries de episódio (Comédias e Provérbios, Contos Morais, Contos da Estações), dá a impressão de ter algo francamente fora de eixo como a sua própria heroína.



Francis Vogner dos Reis
http://www.revistapaisa.com.br/anteriores/ed9/rohmer3.shtm



Cena:

Nenhum comentário: